domingo, 25 de agosto de 2024

A cruz de Cristo

 




17 Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada. Cristo, Sabedoria e Poder de Deus

18 Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.

19 Pois está escrito: "Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes".

20 Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

21 Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação.  1 Coríntios 1:17-21

Introdução

    Apesar de cerebrarmos a Santa Ceia de tempos em tempos, é necessário lembrar o poder, alcance e a relevância da cruz de Cristo em nossa existência. Sabedoria de Deus x Conhecimento dos humanos. A morte e ressurreição de Cristo é loucura para os incrédulos, mas é sabedoria de Deus para os humanos que crêm. λόγος (logosτοῦ (touσταυροῦ (staurou) = Mensagem da cruz. 

Note que o logos(Grego koiné) também em João 1:1, Seu significado depende do contexto, ou pano de fundo; as palavras que vem antes e depois.

1. Por que loucura? Deus pediu Isaque em sacrifício, providenciou o animal, e poupou Isaque(este relato está em Gênesis), mas quem foi realmente sacrificado, foi Jesus. Por isso que Jesus é nosso Advogado agora. Isso é loucura de Deus? Deveras não, é Sabedoria de Deus.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. " João 3:16

2. E a Trindade? Essa doutrina foi desenvolvida à muitos anos atrás, por Herculano(um dos Pais da igreja). A gente usa só 10% do cerébro —segundo alguns cientistas que estudam o cerébro humano— mesmo que usassemos 100% do cerébro, não explicaríamos Deus. Como imaginar 3 deuses em 1? Seria como imaginar um quadrado-redondo. Eu, particularmente, acho que tem uma hierarquia aí.

Deus Pai Criador(YHWH), Deus filho(Cristo-Χριστοῦ) e o Espírito Santo de Deus(θεοῦ ἐπεφέρετο); que para eu, são um em igualdade de pensamento e atitudes.

Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um. João 17:11

Assim como a Igreja Universal é uma. Não me refiro a denominação cristã que você e eu pertencemos. Mas sim, a igreja que será arrebatada da qual Cristo é o cabeça.

3. Não sei se é engraçado ou terrível. Mas ninguém—nem os cientistas —nega que o conceito abstrato de que os números são infinitos ...-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, .... mas não crêm na infinitude de Deus.

Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, Efésios 3:20

O que Deus faz e é, não cabe em nosso entendimento, agimos pela fé Naquele que faz milagres até hoje.

Conclusão

Realmente é uma loucura tentar entender a essência de Deus, cremos e pronto! Deus faz milagres até hoje. De acordo com a Bíblia, Jesus fazia milagres na frente dos judeus e alguns não viam. Não sejas tu como alguns judeus da antiguidade que tinham escamas nos olhos. Sejaias loucos, loucos por Jesus e serão muito abençoados e abençoadas. Graça e paz à todas e todos.

Deixem seus comentários.

Glossário

Pais da Igreja = Aqueles cristãos que vieram depois dos apóstolos.

Referências

A Bíblia-NVI

BibleHub. 1 Corinthians. https://biblehub.com/sepd/genesis/1.htm

Renascer Praise - Jesus, O Plano Perfeito. https://youtu.be/OtDvlKRgJrc


O Trabalho Teologia Em Foco Fr De Francis Almeida De Oliveira Está Licenciado Com Uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Louvor e adoração.

 



6 Tudo o que tem vida louve o Senhor! Aleluia! Salmos 150: 6



Introdução

תְּהַלֵּ֥ל (tə·hal·lêl) = louve. ( Strong, n.d).

O que significa " louvar à Deus?". A resposta, não definitiva, à essa pergunta virá nas reflexões abaixo.

Primeiro: O que louvar NÃO  é.
1. O ministério de louvor e adoração não é. Desfile de moda. Alguns estão apenas querendo mostrar suas roupas. Nada contra a gente se vestir com a melhor roupa para louvar à Deus. Aliáis, eu até acho que devemos se vestir belamente à Deus, e o que conta, são as intenções do coração. Isso só você e Deus conhecem, eu não.
Grande é o Senhor, e digno de todo louvor na cidade do nosso Deus. Salmos 48:1

2. O ministério de louvor e adoração não é. Concurso de canto ou de tocar instrumento. Devemos dar 100% de dedicação mesmo que os outros músicos sejam melhores ou piores.
Toda a terra te adora e canta louvores a ti, canta louvores ao teu nome". Salmos 66:4

3. O ministério de louvor não é formado por pessoas superespirituais. O propósito do Ministério de Louvor é levar toda a igreja à louvar À Deus. O ministério de louvor tem que inspirar as pessoas à louvar á Deus. Por isso é bom ter um ministério de coreografia em sintonia com o Ministério de louvor e orar juntos. Pode ser na sala pastoral com o Pastor, no ensaio, etc. Mas nunca na frente da igreja toda!
Pois isto gera um desconforto e a igreja pode se sentir excluída, neste caso, ora-se com a igreja toda.
A igreja copia os movimentos do Ministério de louvor, se não tiver coreografia, seria interessante os vocalistas se moverem e levantar as mãos, e a Igreja fará o mesmo.

Então creram nas suas promessas e a ele cantaram louvores.
Salmos 106:12


Conclusão
Os Ministérios de louvor e adoração levam a igreja toda à adorar a Deus. Por isso é bom que sejam consagrados. Mas isso é ser instrumento nas mãos de Deus, não transforma ninguém em superespiritual, o Espírito Santo é que ministra. Graça e paz à todas e todos.

Deixem seus comentários para discordar, acrescentar, concordar, etc.

Referências
A Bíblia-NVI
BibleHub(n.d). Psalms. BibleHub. https://biblehub.com/strongs/psalms/150-6.htm
Gabriela Gomes - Deus Proverá. https://youtu.be/1i1673ILdVI?list=RD1i1673ILdVI


O Trabalho Teologia Em Foco Fr De Francis Almeida De Oliveira Está Licenciado Com Uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.

Baseado No Trabalho Disponível Em Htt



sábado, 10 de agosto de 2024

TCC do Francis(sem notas de ródapé, completo, para quem gosta de ler)

 INTRODUÇÃO



Discute-se nos dias de hoje a respeito do meio ambiente, do futuro do planeta, do suprimento de recursos naturais, da extinção das espécies, e, neste contexto surge então uma palavra em diálogo com o mundo contemporãneo: sustentabilidade. Este termo está ligado em outro deveras polêmico, que é ecologia. Mas qual é a relação destes termos com o ser humano, com Deus e seu universo criado, sobretudo no âmbito planetário terrestre?

Ora, no momento da Criação, conforme a crença judaico-cristã, quando Deus formou o homem (ser humano), ele o fez conforme a sua imagem e semelhança. “Deus disse: 'Façamos os seres humanos à nossa imagem, de forma que reflitam a nossa natureza'”1. (Gênesis 1. 26). Além do nos fazer semelhantes à Ele, ele ainda nos deu uma responsabilidade sobre tudo aquilo de maravilhoso que ele havia criado para desfrutarmos aqui na terra. “'Para que sejam responsáveis pelos peixes do mar, pelos pássaros do ar, pelo gado, e, é claro, por todo animal que se move na terra'”2.(Gênesis 1.26)

Mas, até onde se estende esta responsabilidade dada por Deus? Até que ponto podemos ser semelhantes a Deus até mesmo no fator chamado criatividade? Quais os privilégios desta condição que o Pai Celeste nos destes, e como isto pode influenciar o mundo, e colaborar no plano de salvação divino em Jesus? Pode esta responsabilidade estendida, se comparada as leituras mais ortodoxas, ser incluída no conceito de Missão Integral3 apresentado por Padilla?

Certamente que nossa interação ou intervenção com o meio ambiente pode causar mudanças deveras significativas; e, como essas mudanças, se realizadas ou não, determinam e moldam o nosso meio ambiente, tanto no campo como nas cidades, sejam elas frias ou quentes, ricas ou carentes, na praia, nas planícies, nos desertos ou nos montes, ou seja, em todo ambiente criado para vivermos.

E como também o meio ambiente em interação com o ser humano, tanto para o bem como para o mal, pode influenciar os fatos sociais que, sob a ótica de Émili Durkheim, estão relacionados extensivamente com os valores e a ética da sociedade, pois exerce uma força social que muitas vezes se sobrepõe as vontades e aos valores subjetivos dos indivíduos. Estes fatos sociais estão sempre em mudança, muitas vezes afetadas a medida em que se muda a coesão social4 de determinada localidade, comunidade ou grupo.

Diante destas questões supracitadas nos parágrafos anteriores, a procura pelo bem-estar no meio em que vivemos, sem nos esquecer de uma introdutória abordagem ao fator salvação integral e qualidade de vida em Cristo5, dentro de uma perspectiva teo-ecológica será o tema deste trabalho. Pois, por muitas vezes, o ensino teológico evangélico contemporâneo brasileiro- na provável maioria de nossas igrejas- enfatiza tanto as questões chamadas escatológicas de uma era vindoura que permite-se deixar de lado as questões sociais e ecológicas que permeiam a nossa vivência diária hoje. Enquanto isto, existem também estes que enfatizam o mundo aqui e agora, com suas teologias voltadas a prosperidade material que também deixam de lado algumas destas questões socio-ecológicas. Questões estas que tanto afetam nossa vida, nossa saúde, nosso bem-estar, nossa convivência com os seres e a nossa relação com recursos naturais que são tão importantes. E, que podem nos fazer muita falta em nossa existência como parte deste complexo sistema de vida. Exemplos seriam: a água doce, o ar puro, a umidade do ar, as áreas verdes, a fauna e a flora entre outras que podem não ser tão claramente necessárias à existência dos seres vivos, mas, ainda assim, tão importantes quanto.

Diante destas, procuramos através do diálogo entre dimensões de alguns saberes, encontrar novas respostas para estes novos problemas socioambientais nos quais a natureza é explorada demasiadamente para satisfazer os anseios de um mundo consumista onde alguns dos efeitos colaterais são- a sempre presente neste mundo corrompido pelo pecado- pessoas em condição de pobreza. E, que têm pouquissímos recursos para viver mínima e dignamente neste lugar e nesta contemporaneidade, a luz destes textos bíblicos que indicam as formas em que Deus se relaciona com o mundo criado, como também através da perspectiva de pensadores das mais diversas épocas e crenças.



1. A QUESTÃO ECOLÓGICA

A questão ecológica perpassa por uma grande luta em que pessoas, conforme assiste-se em noticiários eventualmente nesta útima década- pós-virada do milênio-, se arriscam para lutar pela causa dos animais em extinção, pela proteção das florestas e mares, por um mundo mais sustentável e por todas as dimensões sociais que influencia. Assim também como todas as dimensões psicológicas do indivíduo inserido nestas sociedades de modo a influenciar todo o sistema.

Sim, se trata de buscar novos parâmetros sociais de modo a valorizar o sistema social, não apenas dos humanos, mas de todos os seres, sistema este que, se valorizado, sabe-se, pode trazer imensos benefícios ao ser humano.

O fato do ser humano estar preocupado ou não com esta abordagem ecológica é uma das diretrizes que norteiam a vida de muitos indivíduos que, curiosamente, acabam por arriscar e perder seuas próprias vidas, mesmo que suas maiores bandeiras sejam a preservação da vida.

Talvez seja tempo de o pensamento teológico mundial trazer à tona reflexões cada vez mais profundas sob esta ótica da questão ecológica a partir da situação em que vivemos hoje.



1.1 Como está o mundo criado?



Sabe-se há muito tempo que o ser humano, vem, através da retirada de abusiva de recursos naturais, e também, através da caça e pesca predatória industrial6 vem prejudicando o meio ambiente causando extinção de alguns destes e desequilibrando o sistema ambiental com impactos globais. Vejamos este segmento de extrato jornalístico:



Uma lista elaborada pela Sociedade de Zoologia de Londres (SZL), divulgada nesta terça-feira, apontou as 100 espécies de animais, plantas e fungos mais ameaçadas de extinção no mundo. Cinco são brasileiras: um macaco, duas borboletas, um preá e uma ave.”Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se desaparecerem, nenhum dinheiro no mundo poderá trazê-las de volta", disse uma das autoras do estudo, Ellen Butcher.7

De fato, este tipo de notícia tem assombrado desde antes do século passado, sobretudo aqueles que se preocupam com tais dados. Pouco se fez desde então, para mudar esta realidade, pelo menos em esfera governamental e também teológica brasileiro, que fosse efetivo o bastante para mudar, ou que ainda idealisticamente, projetar uma nova realidade.8

Muito embora, é sabido que muitos ativistas ambientais9, sejam membros de Igreja ou não, têm arriscado suas vidas10, e até perdendo-as quando ousam denunciar mais de perto estes abusos, como desmatamento de nossas áreas de preservação, ocorridos em- hoje não tão vastas- florestas brasileiras. Além disso, temos as nossas árvores cortadas, também de maneira além de apenas predatória, pode-se dizer: abusiva, (como se usando um grau maior para a forma deste abuso), prejudicando o ar que respiramos, o ciclo das águas e das chuvas entre outros impactos nada positivos em nosso meio ambiente global.11

Nas cidades, além do número excessivo de carros, temos também poucas políticas públicas, especialmente no Brasil, que procurem arborizar bairros períféricos onde vivem pessoas de classe financeira mais carentes o que causam diversos problemas como: a diminuição de pássaros e do metabolismo de renovação do ar oxigênio, flores, sombra para aqueles que não possuem transporte automotor e andam a pé para ir e voltar da escola- por exemplo- como também maior aquecimento do asfalto colaborando para um ar mais seco, onde sabe-se é ruim para toda população e pior entre os alérgicos. A poluição está em niveis alarmantes. A qualidade de vida, ou o “Bem viver”, que segundo o teólogo católico Afonso Murad,

é um conceito em construção que engloba os termos sumak kawsay, dos quéchua do Equador, e o suma qamaña, dos aimarás da Bolívia. Esse conceito fala-nos de um modo de ser, de uma maneira de entender e conduzir a vida, de forma relacional, na qual a liberdade, a felicidade, a reciprocidade e o cuidado e a festa são valores fundamentais, entre estes significados, que se abrigam no termo “Bem viver” encontramos a valorização das necessidades, a busca pela qualidade de vida, a saúde para o gozo da vida- além de prevenção ou a cura para as enfermidades, o lazer para o descanso, a observação e a contemplação[...].12



Estilo de vida este que está comprometido por um sistema econômico que favorece o consumo e a aquisição de bens materiais e que ao mesmo tempo favorecem o aumento da desigualdade social onde está dinâmica não é privilégio de todos. Não deveria ser o oposto? Se o sistema capitalista favorece a aquisição de bens, por que poucos na América Latina, e, outras localidades oprimidas e capitalistas no mundo não têm esse acesso? O problema não está no sistema capitalista, mas sim na obediência excessiva das pessoas a este sistema que tem efeitos colaterais. Efeitos, estes, que podem ser amenizados, e até eliminados se neste sistema houver mais amor ao próximo e ao mundo criado como um todo. Elementos básicos para a manutenção da vida humana como moradia e alimentação para todos são comprometidos em diversas localidades do planeta por causa deste desamor.13 Algumas localidades, muito embora com grande número de cristãos evangélicos e católicos, ainda estão em dificuldades espirituais, éticas, econômicas entre outras. Um grande número de instituições cristãs não cuida de padrões éticos bíblicos porque vivem em uma bolha institucional em que o maior interesse, ao que parece, é acudir a demanda mercadológica cristã, em detrimento a uma ética que dialogue e resolva estes problemas que oprimem os menos favorecidos economicamente.14 Sendo assim, O sal da terra15 está sem sabor? (Mateus 5.13)

Diante deste quadro, como podem os membros de igrejas cristãs também oprimidos economicamente, pensar em soluções para cuidado do mundo criado quando suas demandas de sobrevivência estão tão difíceis de suportar? Em face a estas dificuldades discute-se pouco a respeito destes fatores que muitas vezes são deixados para segundo plano. Deste modo, pondera em seu pensamento o teólogo alemão da esperança Jurgen Moltmann:



Tudo leva a crer que o clima da terra tem se alterado drasticamente como consequência da ação humana. As calotas polares começam a derreter, o nível do mar sobe, ilhas desaparecem, aumentam os períodos de seca, crescem também os desertos etc. Nós tomamos conhecimento disso tudo, mas não fazemos o que sabemos que devemos saber. A maioria das pessoas fecham os olhos ou se torna como paralisada. De fato, nada promove mais as catástrofes do que o paralisante “nada fazer”.16

Moltmann traz à tona esta situação em que se encontra o planeta, desamparado pelo olhar de cuidado de grande parte da população mundial. Portanto, busca-se, em concordância com a teologia da esperança de Moltmann como modo de encontrar atitudes refletidas que estejam em harmonia com o espírito cristão de cuidado com seu próximo, como forma de luta contra a opressão para que esta luta se estenda também ao âmbito da Planetário da Terra, sua fauna e flora e de todo microcosmo onde se há vida. Assim, entende-se, com base na ótica e na ética bíblica do relato em Gênesis 1, que a humanidade toda será beneficiada destas atitudes de cuidado.



1.2 O Mundo Criado e o pensamento de Francis Bacon?

Edgar Morin explica que há toda uma relação de fatores já que tudo, no mundo criado, está interligado de algum modo.17 Morin chama este estado de 'condição planetária'.18

Destacam-se, neste trabalho alguns fatores registrados na História, sobretudo a do mundo ocidental cristão- e que indubitavelmente segundo esta especial cosmovisão- que provavelmente influenciaram o pensamento das gerações que podem ter ajudado nesta formação da ética capitalista e consumista que rege a maior parte deste atual mundo globalizado, e que desta forma, direciona a extração de matéria-prima para atender a demanda deste sistema voraz.

Francis Bacon (1561- 1626), um pensador com uma influência destacável em todo mundo contemporâneo a quebra paradigma medieval em direção a Modernidade, fora chamado de inventor do método experimental, fundador da ciência moderna e do empirismo, e, elogiado por Diderot (1713-1784) viveu como político e pensador na Inglaterra do século XVI e XVII, com algumas obras clássicas que serviram também como fonte para o pensamento moderno se desenvolver. De fato, sua fala no final da obra Novum Organum ele cita Gênesis 1 e defende seu método empírico sujeitando a natureza a ser investigada pelo seu método cientifico.19 Deste modo, Bacon explica seu método de investigação da natureza:” As outras devem ser recolhidas, quando se chegar à formação da tábua de citação, estabelecidas pelo intérprete através da investigação da natureza em particular […].”

De modo que Bacon continua sua linha de pensamento onde o empirismo seja a única forma do Homem (humano) colocar as mãos em suas próprias fortunas que está na Natureza, afirmando assim:

Agora é necessário passar, por ordem, aos adminículos, e as retificações da indução e depois ao concreto [...] […] Só então poderemos dizer ter colocado as mãos dos homens, como justo e fiel tutor, as suas próprias fortunas, estando o intelecto emancipado, e por assim dizer, liberto da minoridade: daí como necessária, segue-se a reforma do estado da humanidade, bem como a aplicação do poder sobre a natureza.20





O homem, lido por Bacon, tem o conceito de mordomia modificado, onde este não é apenas a “coroa da criação” de maneira que este deve cuidar do mundo criado. Mas, também e ideologicamente acima deste cuidado, é aquele que explora a criação que está sob seu tutorial dado pelo próprio Deus. Esta é, aparentemente, uma permissão filosófica para a exploração da natureza para constituição de fortunas que ganha mais força após o parágrafo conclusão de seu texto fazer a seguinte afirmação



Pelo pecado o homem perdeu a inocência e o domínio das criaturas. Ambas as perdas podem ser reparadas, mesmo que em parte, ainda nesta vida; a primeira com a religião e com a fé, a segunda com as artes e a com as ciências. Pois a maldição divina não tornou a criatura irreparavelmente rebelde; mas em virtude daquele diploma: “Comerás do pão do suor de tua fronte” por meio de diversos trabalhos (certamente não pelas disputas ou pelas ociosas cerimônias mágicas), chega, enfim, ao homem, de alguma parte, o pão que é destinado aos usos da vida humana.21

Assim, Bacon, muito provavelmente, não prevendo as consequências futuras destas afirmações, e que realmente, no contexto de sua época, talvez não fosse uma afirmação maligna, mas que trouxera naquele momento e posteriormente uma série de benefícios a humanidade, que neste nosso novo contexto deve ser relida e novamente refletida.

O que aconteceu, na verdade, com esta contribuição de Bacon e outras descobertas que deram inicio ao paradigma do mundo moderno fora a influência econômica do mercado e sua capacidade produtiva. Produção não mais artesanal como outrora, mas, agora na modernidade, produção que está sob influência industrial da linha de montagem inserida no contexto da Revolução Industrial. Marcos Azevedo citando o Afonso Garcia Rubio expressa esta ideia:



O método e o conhecimento experimental medeiam o aparecimento de uma nova visão do mundo e do homem. O mundo não é mais para ser contemplado e imitado (mundo antigo e medieval, mas para ser enfrentado e dominado pelo homem. [...][...] O homem desprende-se do mundo e destaca-se nitidamente dele. E com racionalidade o enfrenta, domina e transforma em proveito próprio.22

Segundo Jung Mo Sung, “O mercado deixou de ser um lugar em troca de excedentes para ser tornar o fim de toda produção e um articulador da nova organização social”.23Desta forma, há uma mudança sociopolítico religiosa. A economia de mercado faz com que não mais a riqueza acompanhe os poderosos, mas que o poder acompanhe a riqueza, trazendo, sobre este novo paradigma, um mercado agora deificado, nascendo essa chamada idolatria de mercado.24

Então, lógica que permeava os valores da reforma protestante, que, de certo modo estava alinhada com o espírito da modernidade25 em que o 'paradigma do sujeito'26 tenha contribuído para que pessoas, dentro desta lógica tenha se perdido da mensagem do evangelho, que enfatiza a comunhão entre os seres. E, isso contribuiu para o desenvolvimento da tecnologia em proveito da exploração e industrialização destes recursos naturais com obediência ao mercado, agora, de acordo com este liberalismo econômico, é “quem” dita as regras. O mercado pode ser “ouvido” e decisões podem ser tomadas a partir deste “ouvir”. Mas, se esta “entidade espiritual” chamada mercado for “obedecida de forma acrítica” pela maioria da sociedade, podemos ver o que está acontecendo com o mundo criado sendo oprimido por esta lógica mercadológica excessivamente exploratória. Assim, diante da perspectiva teológica busca-se, assim como Jesus ensinara e realizara, subverter esta ordem de acordo com as necessidades em proveito da Vida.



1.3 Sob a luz da criação em Gênesis



Zabatiero dialoga sobre a necessidade de se conhecer o mundo criado em que vivemos e de se refletir teologicamente sobre o mesmo. Afirma, baseando-se em Salmos 19; Rm 1.18, que o universo desempenha função de manifestação e revelação de Deus. Mundo este que tem um propósito estabelecido por Deus, propósito este que é fundamental para podermos praticar a vontade de Deus (Efésios 1.3-14).27

Ora, se Deus criou as árvores e a vegetação, e de forma deveras criativa as posicionou em nosso meio ambiente, é porque isto é bom e naturalmente necessário para nosso bem viver. (Gênesis 1.1-7) Sendo assim, quando o homem as elimina de forma demasiada do ambiente, por motivos que consideramos no tópico anterior, isto sempre causa um desequilibrio no meio: tanto no ar que respiramos, no clima, na vida dos animais e até no no fator de bem estar humano em consonância com o ecossistema.28


A criação é descrita como um processo harmônico, ordenado e dirigido pelo próprio Deus, que é o único Deus existente. Isto se contrasta com textos mesopotâmicos, por exemplo, que falava da criação como resultado de uma luta entre deuses, como fruto do caos, desordem inicial produzido por esta luta entre deuses, e que poderia, a qualquer momento, ocorrer novamente se os deuses não fossem devidamente servidos.29



Zabatiero assim descreve de forma concisa o relato da criação diferenciando as nuances teológicas que divergem dos mitos da mesopotâmia e de outros deuses, principalmente nas ênfases divinas sobre o que é bom dentre todo o mundo criado.



O relato de Gênesis 1, em especial, tanto por sua forma poética e ordenada (com a sequência de dias e refrão ao final de cada dia, progredindo em complexidade até a criação da humanidade e a satisfação e a benção do descanso), quando através de seu conteúdo, fala da criação como expressão da amorosa ordem e harmonia da ação de um Deus que se deleita naquilo que cria (repare no refrão” E viu Deus que isso era bom “, repetido ao final de cada dia da criação) […] […] O texto de Gênesis conta que somente a Palavra de Deus foi o instrumento e a matéria usada por Deus para criar tudo o que existe. (em Hebreus 11:03, usa-se a linguagem semelhante, que deu origem ao termo teológico latino creatio ex nihilo, que significa, criação a apartir do nada- ou seja, ao criar a própria matéria é criada pois nada além de Deus existia antes da criação. Neste sentido, a criação toda é “espiritual”, pois sua matéria é a própria Palavra de Deus.30



Assim, Zabatiero expressa de modo especial a maneira em que Deus cuida de toda criação debaixo de suas asas “espirituais”. Este modo é relatado de forma que percebe-se o zê-lo de Deus em cada passo a passo deste momento cósmico de criação. E Deus se deleita nela, conforme o relato em Gênesis 1.

Também podemos perceber a importância espiritual que toda criação recebe de Deus nesta reflexão do Papa Francisco



Os relatos da criação no livro de Gênesis contêm, em sua linguagem simbólica e narrativa, ensinamentos profundos sobre a existência humana e sua realidade histórica. Essas narrativas sugerem que a existência humana se baseia em três relações fundamentais estreitamente conectadas: a relação com Deus, com o próximo e com a Terra. […] Nelas já está contida uma convicção atual: que tudo está relacionado e que o autentico cuidado com a nossa própria vida e com nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade com os outros.31



O Papa Francisco também concorda com Zabatiero quando a questão é comunhão ecológica entre todos os seres criados e Deus, tanto que seus ideais de fraternidade incluem este mundo criado como sendo nosso 'irmão' que precisa de cuidado especial. Assim, também percebemos, pela via do pensamento do Papa Francisco, como deveras importante é entendermos de forma espiritual o significado de todo mundo criado por Deus e entendermos a relação de cuidado com este.

Zabatiero assim traz uma perspectiva mais ampla no sentido de criação. Sabedoria está junto ao bojo de realidades que Deus criou como forma da dar toda completude a seu ato criativo.



Poderíamos dizer que o universo é um grande poema de Deus, presente de Deus que não tinha necessidade de criar o mundo, mas, por amor, o criou. No livro de provérbios fala-se da sabedoria com agente divino da criação (8.22-36), com uma linguagem simbólica bastante exaltada que coloca sabedoria no mesmo nível da Palavra de Deus. A sabedoria, no AT destaca principalmente a harmonia do mundo criado e a importância de justiça nas relações entre as obras da criação, a fim de que haja vida para todos.32





Neste relato da Nova Versão Internacional (Bíblia NVI), as palavras estão descritas desta maneira em Gênesis 1: 28-30:



Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra". Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão". E assim foi. 33





O sentido em que as Escrituras tratam a relação do homem com o mundo criado é de cuidado e mordomia. Deus havia dado todo ambiente natural para o homem, de forma que este poderia dar nomes aos animais, e se alimentar de tudo que a Terra produzia. Nesta lógica, tudo que fosse usado pelo homem para servir de alimento não era considerado exploração da terra e da natureza. Esta lógica foi prejudicada quando houve a chamada” queda” do homem, de modo que estes foram expulsos do Paraíso e tiveram que viver a partir do suor do rosto, em outras palavras, do próprio trabalho.34 A terra se tornara corrupta e até mesmo as relações com a produção de alimento começaram a responder a lógica do mercado, que, em contrapartida, aumentava a pobreza dos menos favorecidos economicamente. A natureza passa a ser explorada para enriquecimento de poucos, em desfavorecimento de muitos.

O enriquecimento em si não é o real problema- a não ser que remeta a pessoa a abandonar os reais preceitos do Reino de Deus em nome deste enriquecimento - mas sim a exploração dos pobres para que tal enriquecimento se concretize.

Porém, veremos em tópicos seguintes que Deus, em sua revelação especial nas Escrituras, ainda no AT, de modo muito sábio, encontra maneiras de melhorar esta relação e atender os pobres. Sabedoria esta que deve nos ajudar em nossas relações com este sensacional mundo criado.



1.4. Espírito Santo como Sustentador da comunhão ecológica.


O Espírito Santo de Deus nos sustenta de maneira poderosa e ordena o mundo natural. Todas as relações entre os seres vivos estão entrelaçadas por suas interrelações e, ainda mais, pelo poder ordenador da Santo Espírito.35

Pois Jesus se fizera como um de nós, se desfazendo de sua suprema dignidade, para se revelar e oferecer unidade e comunhão com o Deus Trino e Uno por meio de sua obra salvífica.

O Espírito deste modo traz também a Sua condução neste processo de unidade e comunhão divinas tanto vertical quanto horizontalmente, assim como para continuar a sua obra missionária salvífica a partir da redenção divina.36

O Espírito, por meio de Jesus, passa habitar na mulher e no homem e o ilumina de fora a orientá-lo para uma nova vida. O Espírito Santo é, e, além de todos os outros atributos que lhe conferem pessoalidade, também a energia que dinamiza o coração do cristão.37

Esta nova dinâmica que encontra as raízes na atuação do Espírito leva o indivíduo a se ligar em forma de comunhão ao Deus Trino e a toda criação. Então, toda ordem do universo, do nascer ao pôr do sol, das estações do ano, da forma como as abelhas multiplicam as flores e plantas através da polinização em relação de mutualidade para ambas existirem. Aliás, gostaria de saber quais os argumentos da atual teoria darwinista para explicar este fenômeno no qual, em processo de seleção natural da chamada “lei do mais forte”, dois seres tão distintos, como uma abelha e uma flor, se encontram num processo evolutivo aparentemente racional onde ambos se complementam de forma mútua para coexistirem. Mas a resposta para esta discussão buscaremos em outra pesquisa.

Voltando ao sustendo do Espírito, sendo assim, tem papel essencial em manter essa ordem, e o seres humanos criados por Deus, através de seu Espírito, devem sentir de forma espiritual o “gemer” da criação, ou, em outras palavras: o sofrimento desta criação.

É possível que, muitos que se dizem, ou que aparentam “espirituais”, não se sintam incomodados por fatores de destruição do mundo criado por Deus. Não sentem pesar por animais mortos de forma brutal por carros apressados em cumprir o horário em nossa lógica capitalista que eventualmente nos transformam em algo semelhante a meras peças mecânicas de uma grande máquina. Neste lugar, almejado por muitos por fazerem parte de um sistema que, aparentemente, os remetem para um lugar “seguro” onde o que realmente importa é a produção da máquina, não seus efeitos colaterais.

Entre estes animais supracitados no parágrafo anterior, os cães abandonados e seus filhotes concebidos sem lar. E esta condição se agrava quando se transfere esta violência automobilística e insensibilidade espiritual ao dia a dia dos seres humanos- que também são atropelados- sejam a pé, de bicicletas, motocicletas, e, até em seus carros e ônibus quando estes acidentes fatais acontecem em também nas estradas. Acidentes? Dependem da perspectiva se são ou não, porque percebemos com facilidade, e, segundo alguns relatos midiáticos, que os maiores motivos para estes acidentes ocorrerem são: imprudências causadas por pessoas que superam limites de velocidade, de certa forma, também imprudências dos que ultrapassam em lugares proibidos pela engenharia de tráfego. Como também, aqueles que não respeitam as distâncias seguras dos veículos à frente. Todas estas atitudes imprudentes refletem à obediência muitas vezes inconsciente, e também inconsequente, a lógica de mercado visando a otimização dos lucros através da máxima expressão deste mundo capitalista obedecida cegamente: tempo é dinheiro.

O Espírito Consolador que habita em nós, traz uma luz sob estes problemas que refletem e induzem à uma atitude de inconformação com o mundo. O Espírito consola sim, mas também incomoda com os problemas que acontecem no mundo criado e que fora corrompido pelo pecado de modo que inspire uma a transformação social vinda Dele. E também, novas atitudes inspiradas pelo Espírito.

Moltmann discorre neste tema deste modo:


[…] Esperamos que o Espírito da nova criação derrote a violência humana e o caos do universo; mais do que isso: esperamos que a força do tempo e da morte serão derrotadas também; finalmente, esperamos que a eterna consolação [...]esperamos alegria eterna na dança do companheirismo com todas as criaturas e com Deus trino.38


Assim, à luz do pensamento de Moltmann entendemos que as atitudes cristãs e eclesiológicas devem buscar novos parâmetros de vida cristã que inspire e surja numa consciência na qual a vida seja respeitada em todos os âmbitos para que tornemos real o estabelecimento de mais uma parcela do Reino de Deus, paulatinamente até nos aproximarmos o máximo de sua plenitude.

Azevedo enfatiza a atuação do Espírito potencializando a participação da Igreja a partir da descida do Espírito e a proclamação da


glória de Deus através de sua ação querigmática por meio de sua vida pnematológica. O Espírito Santo, como pneuma, significa a força de Deus necessária para a realização de ações específicas de Deus. […] pois o Espírito mantém as diretrizes do espírito ressurreto na Igreja como impulso para o universalismo e o poder que possibilita a intrepidez da comunidade.39


Portanto, a Igreja tem possibilidade subverter esta desordem e ordená-las ouvindo a voz sempre presente do Espírito. Fazendo assim o seu papel querigmático e, a partir do Espírito Santo serem capacitados e cumpridores da Missão.40



2. A QUESTÃO DO PROGRESSO


A humanidade realizou incontáveis avanços tecnológicos em todas as épocas, desde o início da existência desta, mas, a partir do séc. XIX, estes avanços foram se tornando um bem necessário, tão necessário que muitos de nós simplesmente dizemos não conseguir viver sem eles. Diz-se que não se consegue viver sem tecnologia, mesmo quando isto se torna algo paradoxal, quando os avanços deveriam ser indícios de um bom progresso. Estes nem sempre o são. Então, busca-se neste trabalho relacionar o progresso tecnológico com o progresso na dimensão das humanidades sociais e ambientais e refletir sobre o significado do termo que pode ter uma amplitude mais abrangente do que esta referida apenas ao âmbito das tecnologias.


2.1 O Progresso tecnológico


Apesar do termo progresso segundo definição do dicionário seria” Ação ou resultado de progredir” e “Movimento pra frente; avanço”41. Diante destes conceitos nos dicionários, junto aos nossos pressupostos, percebe-se um destaque de como se todo movimento para frente, em avanço fosse algo extremamente benéfico, mas ao analisarmos esse termo criticamente e entendermos as consequências deste tipo de mentalidade progressista, podemos realmente afirmar que todo movimento de avanço sem considerar seus efeitos colaterais são benéficos?

Claro que o termo progresso não se limita apenas a avanços tecnológicos, pois temos outras dimensões de progresso, como por exemplo, o progresso social ou o progresso de uma lavoura por exemplo. Porém, no âmbito das tecnologias é onde se percebe o quanto o mercado e o consumismo acabam por supervalorizar essa ideia de progresso.42 Supervalorização esta que pode trazer efeitos que devem ser analisados criticamente. Em outras palavras, pode-se entender o conceito de progresso de uma forma mais ampla para trazer-nos uma nova interpretação deste termo?

Alguns entendem o progresso como sendo uma atitude não conservadora, simplesmente. Outros, talvez, entendem o progresso como sendo uma força que impulsiona as pessoas e as dadas situações a se moverem sempre sem a dinâmica da estagnação de qualquer modo.

O dicionário Michaelis traz, além das definições supracitadas, estas definições do que é progresso: “Avanço de um processo”43. Nesta definição verifica-se que o avanço não está delimitado pela ética que defina quais os meios usados para conseguir este avanço. Trata-se apenas de avançar nos processos sem que aja reflexão de seus possíveis efeitos colaterais.

Mas, encontramos na própria definição de progresso no dicionário Michaellis que diz: “desenvolvimento considerável na tecnologia e em outras áreas que representem melhor qualidade de vida”44. Portanto, o progresso deve de certa forma estar alinhado com novas tecnologias e com o bem estar social de forma a melhorar a vida das pessoas de forma a viverem bem e com saúde.

Mas, neste atual movimento chamado progresso há alguma espécie de real crítica sobre como este progresso está sendo feito? Ou a que fim este progresso levará determinada situação? Será que algumas atitudes vistas como conservadores, podem serem vistas como progresso também?

Pode ser possível que o progresso esteja em harmonia com o mundo criado por Deus de forma a valorizar a vida?

A partir destas perspectivas, aqui analisaremos estas questões de forma breve.



2.2 Consequências do progresso


Moltmann traz à tona um problema que atualmente neste séc. XXI tem sido deveras debatido ao redor do mundo e entre os países chamados os mais ricos e desenvolvidos. Ricos sim. Desenvolvidos? Depende da perspectiva. Pois, pode-se analisar este desenvolvimento na ótica da industrialização, ou da ótica do bem-estar da natureza e teremos diferentes pesos e medidas para definir este chamado desenvolvimento. Um problema que tem seus entornos nas questões ambientais e de desequilíbrio no clima e na vida do mundo criado. Porém, quando estas questões de certo modo confrontam os interesses econômicos, já não há consenso e, nem tampouco se tem notícia de boa vontade por parte de muitos destes líderes globais em resolver tais questões, sendo isto chamado de “paralisia"- denunciada por Moltmann- onde se deixa o catastrófico como está, e, que atinge níveis alarmantes e pode crescer ainda mais. Esta relação teve um impulso significativo na chamada era da Modernidade, e, nestes novos tempos de “modernidade líquida”, esta concepção tem se adequado aos anseios de mercado, como assim é novamente refletido nos escritos de Moltmann:

Porque tanto a relação da Modernidade com a Natureza quanto a sua concepção de ser humano são determinados pela teologia. Isto se revelou no princípio do domínio do ser humano, criado assemelhados a Deus e, por fim, o conceito mecanicista da Terra e dos demais seres vivos. Os quais deveriam ser subjugados pelo gênero humano.45





Moltmann também entende, em contraponto com Bacon, que o ser humano não deve subjugar a natureza de forma banal, mas sim, ter uma relação de profundo cuidado com o mundo criado por Deus pois somos partes integrantes deste mundo.E que a teologia teve, tem e terá papel fundamental nesta relação do homem com a modernidade e natureza.46

Quando nós resolvemos que o automóvel seria o principal modo de transporte de muitas grandes cidades, será que analisamos com clareza as consequências e efeitos colaterais que porventura apareceriam? Basta uma olhada em nossa volta para percebermos que não, ou, pelo menos, aparentemente pouca gente se importa, sobretudo em solo brasileiro, se nossas ruas serão tomadas pelo asfalto e cimento, não deixando sequer uma pequena faixa de terra ou gramado nas calçada. Estas, em larguras suficientes para se privilegiar o passeio daqueles que apreciam caminhar, e, na ausência das árvores e gramados no espaço urbano, acaba por escassear a pequena fauna e o pouco verde que poderia fazer parte deste, quase invisível, ecossistema nesta comunidade.

Em benefício da comodidade de se usar automóveis a todo momento e para todas as locomoções, a humanidade muitas vezes acaba com a possibilidade de vida animal e floral nativa neste solo, dando lugar para as pragas de insetos e roedores que podem, e costumam ser, um problema com status de saúde pública em áreas metropolitanas e com grande concentração de humanos. Consequentemente, neste Brasil onde as temperaturas costumam ser altas na maior parte do ano, a combinação de asfalto, excesso de prédios altíssimos que dificultam a circulação do vento, pouca sombras causadas pela falta de árvores, escassez de ar puro processados por elas, e a pouca umidade relativa do ar causam fenômenos como: a falta de chuvas em lugares onde outrora chovia-se razoavelmente, alergia se problemas respiratório nas pessoas, cansaço, uma sensação de desconforto aparentemente inexplicável que o ser humano nem mais está realmente sensível a suas verdadeiras causas e nem tampouco se dá conta disso, à não ser que seja conscientizado disto ou tenha um insight que lhe revele, momento este que pode ser atuação do Espírito de Deus, que segundo Zabatiero, é quem que sustenta e direciona toda a ordem do mundo criado47. (Salmos 104: 29 e 30)

2.2 Benefícios do progresso


O progresso, visto pelo modo benéfico, se caracteriza como uma atitude de vanguarda onde valores são imputados na sociedade de modo que traga vida, e de certa forma tenha conexões paradigmáticas no microcosmo social onde é produzida. Padilla faz uma leitura desta forma progressiva de ser usando a nação antiga de Israel como modelo, conforme esta conexão paradigmática entre Israel e o resto do mundo onde biblicamente está inserida a vontade de Deus. Padilla lê o Levítico 25 onde existe a ordenança do Jubileu para traçar este claro paralelo com a atual situação do sistema econômico mundial


Em que pesem os anos transcorridos, os valores do Jubileu mantêm sua vigência pelas seguintes razões, entre outras: 1. Porque o própósito de Deus para a humanidade permanece […] Um dos elementos deste próposito é que as relações humanas, incluindo as que se referem à questão econômica, se baseiam no amor e na justiça[...]Porque, no fundo, os problemas que obstruíam as relações humanas nos tempos bíblicos então presentes também hoje: o abuso do poder, a ambição de riquezas materiais, a exploração dos pobres.48


Para Padilla, Deus havia criado, com o estabelecimento do Jubileu, uma lei onde havia um sistema de proteção social muito à frente de seu tempo, tão à frente que transcende os dias atuais. Padilla ainda afirma que: “A preocupação de Deus com à terra, onde se encontra referência também em Êxodo 23.10,11 e Deuteronômio 15.1,2. Em primeiro lugar, Deus propõe que a terra descanse periodicamente, a cada sete anos”49.

Deus expressa seu cuidado de forma sustentável à sua criação. De forma que este descanso expressa sobremaneira a responsabilidade ecológica não justificada por interesses econômicos, mas pelo simples cuidado do mundo criado, ainda assim em favorecimento a toda provisão garantida pelo Criador.50 A lógica do progresso em que vivemos nos dias atuais, dominada e limitada pela ideologia do mero crescimento capitalista ilimitado não deixa espaço para o descanso da terra, muitas vezes, nem dos animais e nem do povo que trabalha dentro deste sistema cada vez mais exploratório.

Outra forma seria a expansão desta lógica em um progresso mais atrelado a melhoria de vida em geral, o que é defendido aqui como progresso benéfico, a qual seria que a “administração que cuida dos que nos fora confiado”51 que é o significado original da palavra economia. A economia deve então estar associada ao cuidado daquilo que nos é confiado trazendo assim uma perspectiva de um progresso que sela realmente benéfico. Benéfico para os humanos, para os animais, para a flora, para o ar saudável, para a terra que também precisa de descanso, para a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais, para uma ampla política em que haja emprego e sustento digno para todos. Países e nações onde se exploram mão de obra barata e não têm consciência em cuidar do planeta em nome do mercado, deveriam contemplar novos modelos sustentáveis onde o planeta será beneficiado e as pessoas junto com toda criação possa desfrutar, no mundo todo deste modelo criado por Deus para seu povo de Israel que deve se estender para toda humanidade. Todos e toda criação têm direito ao descanso do Senhor para que suas relações econômicas sejam renovadas e sempre refletidas conforme ordenação divina.52


2.4 Anomia no Mundo Criado


Existem certos benefícios em sermos humanamente sensíveis as 'dores' de nosso mundo criado. Muitas vezes deixamos o progresso avançar de maneira tão descontrolada de forma em que muitas vezes deixa de ser verdadeiramente progresso.

Além de muitas vezes acabarmos com a interação entre os seres que vivem neste lugar, ainda temos que lidar com a baixa qualidade de vida; a falta de calçadas largas o suficiente para uma boa caminhada com carrinhos de bebês, cãezinhos abandonados que logo podem ser atropelados em seu outrora próprio habitat natural (agora dominado pelo asfalto), e até mesmo a criminalidade entre os jovens que talvez aumente por motivo de anomia o de stress ambiental.

Explicando o termo stress ambiental à luz de Marx:



A consciência acerca do ambiente sensível imediato e a a consciência da conexão limitada[...] é, ao mesmo tempo, a consciência da natureza, a qual a princípio se opõe aos homens como um poder completamente estranho, todo-poderoso e inatacável, com o qual os homens se relacionam de modo puramente animal e pelo qual os homens se deixam amedrontar como animais; e, portanto, uma consciência puramente animal da natureza. (Religião Natural).53





Aceitando ou não este argumento integralmente, percebemos que a ideia seguinte se apropria em partes desta reflexão de Marx onde todos ambientes favoráveis a: vida livre, prática de esportes, as brincadeiras de crianças e jovens, podem de certa maneira, serem fatores benéfico a todos, pois remete as naturalidades implícitas no cerne de cada ser. Em contrapartida, se não houver estes ambiente favoráveis, e, se não for feito os ajustes sociais necessários, esta condição pode causar os fatos sociais indesejáveis (pois, claro, também existem os desejáveis!). Estes fatos sociais, se distorcidos maléficamente, e, que contribuem para reger os valores de determinadas sociedades, podem trazer desconforto natural à vida das pessoas e induzir- estas mesmas crianças e jovens supracitados- a penderem seu modo de vida e valores morais em direção a marginalidade ou até mesmo criminalidade. Os fatos sociais em Durkheim

são os fenômenos que compreendem 'toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.'(...) Fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros da sociedade e que exerce sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir de determinadas maneiras.54



Muitas vezes, a falta de ambientes naturais, somado ao descaso da população e de governos onde não se há devida atenção a condição de pobreza de populações que, por isso, sofrem com o descaso. Como acontece com frequência em áreas de gueto e periferias no Brasil. Pois o esporte, a igreja, a vida saudável em comunidade pode ser decisivos para que um fato e uma coesão social sejam inclusivas, mesmo entre as classes mais carentes. Em contrapartida, a ausência de atividades esportivas em ambiente abertos: ausência da igreja, ou daqueles que seriam “bons exemplos”, causa uma coesão social muitas vezes maligna, em que o jovem não vê outros heróis a não ser os criminosos mais perigosos, que lhe oferecem uma proteção muitas vezes utópicas, explorando estes em suas atividades mercantis criminosas. Leia-se: tráfico de drogas, assaltos, entre outras.

Assim, será preciso fazer esta pergunta. Até que ponto estamos realmente progredindo benéfica e historicamente no Brasil?

Seria ao ponto de um progresso às avessas, se considerarmos as idéias da maioria, até onde sabemos, dos ambientalistas e sociólogos considerando apenas o âmbito brasileiro. Pois tudo que piora a qualidade de vida do ser humano e sua felicidade, não pode ser chamado de bom progresso. Pois progresso, diante desta perspectiva, seria um aperfeiçoamento na vida na comunidade. Diante da perspectiva ambiental, e até no âmbito eclesial, pode-se e deve-se fazer muito mais, ou de outro modo estar-se-á deteriorando o nosso progresso.

As desigualdades sociais têm aumentado no Brasil, como apreciar um progresso verdadeiro em um lugar onde a base da sociedade, que é a família é explorada veementemente. Como também acontece sobretudo com os mais pobres no Brasil, junto a classe trabalhadora, que na prática são os que pagam mais impostos, pois as nossas maiores tributações são sobre os bens de consumo, enquanto os mais ricos pagam taxas bem inferiores em proporção com suas fortunas e com suas rendas, e, que na maior parte, é adquirida vendendo seus produtos, sobretudo, para as pessoas nas bases da população que são os que mantém a maior parte da aquisição do Estado em valores tributários.

Este sistema conservador político no Brasil é deveras injusto pois deixa pouquíssima margem de renda para as pessoas carentes prosperarem.55 Este sistema não compreende que, se os mais pobres prosperarem e subirem suas rendas, haverá mais arrecadação, e consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida de todos, pois parte destes recursos podem ser reinvestidos em beneficios públicos diversos..

Esta nova mentalidade pode trazer benefícios imagináveis e também, inimagináveis até que se concretizem em realidade como: a diminuição da criminalidade por motivo promoção do consumismo, novas formas de geração de renda para famílias e pessoas mais carentes de recursos, talvez uma diminuição na corrupção em nossas várias esferas da sociedade, melhoria do ar, da água, dos produtos vendidos em nossas prateleiras de mercado, a diminuição dos problemas de saúde causados por poluição, queimadas, alimentos com problemas maléicamente mascarados por causa da lógica de mercado que visa o superlucro, entre outro benefícios provenientes desta nova mentalidade de vida mais simples.

O Espírito de Deus é Aquele que junto com o Pai nos mostra que realmente somos e nos traz à memória. E ainda que nasçamos em uma supermetrópole capitalista, o contato com a natureza de forma mais íntima nos remete as nossas antigas memórias ancestrais. Assim diz a vida relatada de Jean Jacques Rousseau:



filósofo suíço, nascido em Genebra em 1712, a civilização e a sociedade corrompem o homem, é necessário recorrer ao sentimento, voltar à natureza que é boa. Rousseau entende a natureza como sendo o estado primitivo, originário da humanidade, isto é, entende a no sentido espiritual, como espontaneidade, liberdade contra todo vínculo anti-natural e toda escravidão artificial. Segundo ele a sociedade impõe ao homem uma forma artificial de comportamento que o leva a ignorar as necessidades naturais e os deveres humanos, tornando-o vaidoso e orgulhoso. O homem primitivo entretanto, por viver de acordo com suas necessidades mais legítimas é mais feliz. Ele é auto-suficiente e satisfaz suas necessidades sem grandes sacrifícios daí não sente grandes angústias, através do sentimento inato da piedade ele evita fazer o mal desnecessariamente aos demais. 56

Muito embora concordemos com Rosseau em relação a seu ensino a respeito proximidade humana com o mundo natural pode nos remeter à familiaridade, acreditamos, porém que este privilégio pode também ser alcançados por sociedades civilizadas mais próximas das cidades também, desde que valores cristãos e vida direcionada pelo Espírito sejam o modo de vida destas pessoas.

Porém, entendemos que nosso Deus nos ensina mais profundamente a respeito de quem somos, pois a medida que nos aproximamos Dele, a Sua Luz paulatinamente clareia o nosso modo de ser. Afinal, ”E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.” (1 João 1.15)57 Essa luz é a verdade.58

E, ao nos mostrar que somos, no mundo criado por Ele, percebemos que nós fazemos parte deste lugar que Deus criou e nos sentimos deveras familiarizados. Em contrapartida aos momentos em que o mundo excessivamente cimentado e asfaltado nos remete a um lugar, um cosmos no qual parecemos apenas com uma engrenagem de uma grande máquina, trazendo esta sensação de irrealismo que nos remete a anomia.

Deus, além de mostrar o nosso lugar, enfatiza nossa familiaridade com este lugar e nos mostra, através de Sua luz que não somos apenas uma engrenagem à serviço desta lógica capitalista exploratória. Somos seus co-herdeiros em Cristo, e temos algumas missões significativas que incluem, entre outras, trazerem as pessoas aos seus devidos lugares, que é serem protegidos sob as asas do Altíssimo.

“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”. (Romanos 8:17)

  1. A QUESTÃO DA TRANSFORMAÇÃO


Os relatos bíblicos nos evangelhos, assim como no Novo Testamento trazem a revelação da obra maravilhosa que Jesus realizou quando intercedeu na História, transformando-á de maneira exuberante. Jesus além de salvar a humanidade, de curar enfermidades, eentre muitos outros benefícios, trouxe uma transformação na sociedade, transformação esta que fora feita de forma nítida nos tempos dos relatos dos Evangelhos, e, que transcendeu gerações e paradigmas até os dias atuais, e, conforme crença cristâ em sua maioria, continuará a trazer profundas transformações nas pessoas e sociedades.


3.1 Reino de Deus e Mundo Criado


Jesus Cristo estabelesce o Reino de Deus59 em sua primeira vinda, quando se fez carne “Mas a respeito do Filho, diz: "O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino”. (Hebreus 1.08). E então, Jesus ensina seus discípulos que eles devem proclamar o Reino de Deus através das curas (Lucas 9.02) , expulsão de demônios e ensino da Palavra60

O Reino de Deus também é privilégio daqueles que são feitos crianças, em humildade e inocência (Lucas 18.16) e daqueles que se arrependem (Marcos 1.15). Temos também referências evangelísticas em oposição a riqueza, que eu diria, excessiva, diferentemente da prosperidade dada por Deus e desfrutada pelos que estão em seu Reino.”Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas”.(Lucas 12.31)

Quanto à riqueza proveniente da exploração gananciosa algumas passagens do evangelho assim testemunham: "E lhes digo ainda: é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". (Mateus 19.24)

A causa do mundo criado estar sendo maltratado pela ação dos humanos encontra sua raiz principalmente na ganância dos que são ricos e dos que querem enriquecer via exploração deste mundo, porém este tipo de atitude está em oposição aos valores do Reino de Deus. A oposição a ganância encontra ecos muito bem audíveis nas palavra de Lutero e Calvino. Padilla cita o teólogo brasileiro Ricardo W. Reith:


A ganância assumiu um significado central no pensamento teológico de Lutero quando, por um lado, a equiparou à incredulidade. Neste contexto, compreendeu a incredulidade em oposição à fécomo confiança na ajuda de Deus. Por outro lado, também identificou a ganância com a idolatria ou o culto às riquezas, em oposição a verdadeira adoração, ao verdadeiro culto à Deus[...] A ganância destrói o princípio básico pelo qual deve ser definida a posição diante das posses e do dinheiro na relação consigo mesmo e como que os rodeiam. Esse princípio básico para investimento das posses e do dinheiro, por sua vez, é criado pela fé e moldado pelo amorao próximo. Em consequência, a ganância para Lutero só poderia ser combatida a partir da fé.61


Do pensamento de Calvino, PADILLA citando W. FRED GRAHAM, mostra o ataque do célebre reformador no exuberante púlpito da Igreja de Saint-Pierre


Se pudessem , os ricos reservariam o sol para eles sozinhos para dizer que os outros não têm nada em comum com eles, se pudessem certamente mudariam ao ordem de Deus e a natureza a fim de absorver tudo mas , no entanto, que cristões! Sim, eles são se alguém quiser crer nisso.62


Seguindo esta linha teológica, GRAHAM também faz menção ao pensamento social e econômico de Calvino em seu contexto histórico deste modo


se algum tema no pensamento social e econômico de Calvino este é que a riqueza vem de Deus com o propósito de que se use para ajudar nosso irmãos. A solidariedade da comunidade humana é tal que é inaceitável que uns tenham abundância e outros estejam em necessidade.63


A base que para esse compartilhamento não é outra senão a mordomia da criação, como vocação que Deus deu ao ser humano.64

Thomas Gouge nascera em Middlesex, próximo a Straford, Inglaterra em 1606, no mesmo ano em que a famosa “Conspiração da Pólvora” contra o trono de Jaime I contra os membros do Parlamento, em sua maioria puritanos tomou lugar. Era uma era de dogmas e dúvidas, mas Gouge pregava brilhantemente com fidelidade a Palavra de Deus, simplicidade no estilo de vida e cuidado especial pelos pobres.65 Em seu livro “Riches increased by giving or The Rich use of Mamon: being the surest and the safest way of thrinving” - Titulo traduzido por Padilla: 'Riquezas acrescentadas pelo dar ou o uso correto de mamom: a maneira mais certa e segura de prosperar'.66 Esta sua presente edição é precedida pela citação do notável William Wilberforce (1759-1833), parlamentar inglês com vocação pastoral que lutou contra a escravidão em seu tempo e teve êxito em suas atribuições:


Mas creiam em mim, há uma benção especial em ser liberal (generoso) com os pobres e na família que tem sido , e não duvido que isto será melhor para os meus filhos, inclusive neste mundo, no que diz respeito há uma felicidade real, do que se estivesse economizando 20.000 ou 30.000 libras esterlinas.67


Entre estas cosmovisões cristãs, podemos, portanto, afirmar que o Reino de Deus e o mundo criado não suportam a ganância da exploração. Quanto a passagem do evangelho em que o jovem rico é confrontado em sua ética e em sua fé em Jesus, o jovem se entristece e chama a atenção de Jesus após cair seu semblante: ”Vendo-o entristecido, Jesus disse: " Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!” (Lucas 18.24).

Porém a declaração de Jesus diz ser difícil, contanto, não impossivel. Conclui-se assim que, a mudança de mentalidade dos ricos com relação aos seus bens e a seu próprio ser, podem sim sofrerem transformações ao se encontrarem com o poder do Espírito de Deus. Neste encontro, o Espírito muda a lógica e mostra que realmente somos, apesar daquilo que possuímos. Deus define quem somos. Portanto, nossas posses não podem definir que somos. Pessoas que agem como se definidas pelo que possuem, podem apresentar diversos níveis de crises de identidade pois dificultam o agir do Espírito da Verdade, que traz à tona a essência do ser. E ainda, tudo que possuímos é Dele.

E então Jesus, de maneira rica, expõe que mesmo que seja impossível, por motivos físicos, um camelo passar pelo buraco da agulha- como relato de sua fala na passagem supracitada- Ele define sua linha de ensinamento declarando: “ Mas o que é impossvel para o homem é possível para Deus” (Mateus 19:24-26). Para Jesus, é possível que, pelo poder Soberano de Deus, o rico possa desfrutar do Reino de Deus. Pelo arrependimento, pela humildade, pelo “se fazer como criança” (Marcos 10.15), pelo compartilhar com os menos favorecidos, pelo modo de vida mais simples que não oprima a natureza e o mundo criado mas que a valorize em todos os âmbitos, e assim, o rico também pode descobrir que a vida em comunhão (1 Corintios 1.9) é muito mais prazerosa aos olhos de Deus.(1 João 1.3)

Zabatiero também entende a importância deste equilíbrio entre o seres humanos e sua responsabilidade sobre o mundo criado dada por Deus: “Além desta razões, refletir sobre o mundo criado no sentido teológico é fundamental para nos ajudar a viver melhor e de forma harmoniosa com a natureza toda, desfrutando adequadamente daquilo que pertence a Deus. a criação toda daquela somos mordomos (Gn 1 e 2) ”68.

Azevedo inclui a práxis eclesiástica como forma de liberdade cristã transformadora deste modo de ser no mundo criado, por isso ele afirma que


a presença da Igreja, no mundo, como continuação do ministério de Jesus Cristo, firma-se práxis e anúncio do Reino de Deus que carrega em si o chamado a liberdade quem responde a vocação da graça. Livra-se da escravidão do pecado, das forças meritórias de qualquer religiosidade da opressão do diabo, de si mesmo, e abre-se à nova vida, ofertada pelo único capaz de promover tal libertação- a experiência com o Cristo de Nazaré. Ou seja, não existe salvação sem a experiência da liberdade.69



A igreja então tem o poder transformador de declarar o Reino de Deus em seu modo de ser protetos da natureza e das ambições que oprimem o seres humanos e os seres vivos em sua totalidade universal. “Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder”. (1 Coríntios 4:20)



3.2 O progresso em harmonia com a Natureza



Os excessos do consumismo orientados por somente ouvir-se o mercado ocorrem em diversos âmbitos da atividades industriais com vista no super70 lucro. E, na ênfase de fomentar mercadológicamene o consumismo exagerado como forma de alcançar este lucro a todo custo. E, essa condição facilita a opressão ecológica. Como primeiro passo para mudar esta condição, Moltmamm apresenta este discurso :



Nós precisamos desenvolver uma nova forma de compreender a natureza, bem como uma nova concepção de ser humano para que, assim, possa surgir uma nova forma de experimentar Deus em nossa cultura. Neste sentido, uma nova teologia ecológica pode nos ajudar imensamente.71



No Brasil, as atividades agrárias sobretudo nas regiões Centro-Oeste e parte da Sudeste têm se intensificado as monoculturas onde é privilegiado o grande latifundiário. Grandes áreas produtivas são usadas em forma de pastos, outras para cultura da cana-de-açúcar para produção de combustível onde há muito tempo se sabe, empobrece o solo e dificulta que os pequenos agricultores cultivem lavouras e criações diversas e possam otimizar a entrega do fruto de seu trabalho à sociedade um produto muito melhor, livre de agrotóxicos e transgênicos através da excelente ideia das cooperativas. O assentamento legal, com apoio dos governos, dos militantes do Movimento dos Sem–Terra para que pudessem desenvolver seu trabalho de forma digna, seria uma justa solução que amenizaria o problema da falta de renda de muitas famílias, diminuiria o êxodo rural melhorando a mobilidade das grandes cidades e trazendo mais recursos econômicos nas mãos da população destas localidades, onde entendemos que isto trará novas formas de arrecadação dos governos, que se aplicados com sabedoria, podem trazer desenvolvimento sustentável sobretudo para este país, chamado Brasil.

Nas grandes cidades, a separação dos lixos recicláveis também ajudaria a aumentar o grau de salubridade das pessoas que vivem em grandes cidades. A vida mais simples traria também novas perspectivas sobre como diminuir o desperdício de comida nos supermercados, restaurantes e padarias. Sabe-se que pessoas têm tomados atitudes individuais que reduzem este desperdício, mas atitudes coordenadas pelos governos ou instituições religiosas conscientes podem produzir ainda mais riquezas diante destas e outras atitudes suntentáveis.

Atitudes como o simples compartilhamento do carro ou moto pode gerar uma grande economia a todos, em combustível, em estacionamentos, em tempo de percurso até que nossos governos possam investir em transportes públicos de qualidade, dignos e seguros. Nesta linha, trens urbanos, além de usar energia livre de emissão de gases tóxicos em alta quantidade, e de não causar mais trânsito em ruas onde estes são intensos, normalmente são rápidos, seguros, confortáveis e em número suficiente para que não se faça mais sentido ir ao trabalho ou escola em automóveis, além de favorecer também aqueles que não os possuemde forma que haja mais justiça social neste relação. Deste modo o carro seria usado apenas pra fazer compras e viajar. Imaginem, se na cidade de São Paulo, 30% dos motoristas tivessem esta atitude, seria aproximadamente 2,5 milhões de carros à menos nas vias otimizando o trânsito e, consequentemente, o tempo de todos.72 Levando em conta que muitas pessoas perdem muitas horas no trânsito de São Paulo, a otimização deste tempo de percurso traria além de benefícios econômicos para todos na cidade, pois as pessoas chegariam nos horários corretos às reuniões, trabalhos, escolas entre outros compromissos, de modo que, consequentemente diminuiria o stress e aumentaria a disposição física das pessoas em geral. E ainda melhoraria a qualidade do ar que respiramos.

E porque não também, houvessem novas leis que permitisse a implantação de vias acessíveis a cavalos e similares se alguém assim optar por seu uso não abusivo como transporte alternativo? Com uma bela legislação que defenda esses animais de violência e qualquer forma de abusos sem dúvidas. De fato, temos privilegiados as invenções do homem em detrimento daquilo que Deus criou e que deveria, mesmo em áreas chamadas urbanas, terem o seu lugar. Afinal, quem afirma que em áreas urbanas o privilégio maior deveria ser dos veículos automotores movidos a combustível fóssil? Na verdade, bem sabemos que o mercado, esta entidade que tem permeado as relações dos nosso tempos, está sendo ouvida e obedecida por muitos neste mundo corrompido, chegou a hora- ou já extrapolamos esta- de que precisamos ouvir a voz de Deus e agir conforme este Espírito Sustentador nos diz pra fazer.

Se a nossa cultura, especialmente a brasileira, não se importa com o mundo criado a ponto de ir de encontro com a cultua deste povo, Freston debate a assunto desta maneira:



Precisamos ser contraculturais na Igreja, não apenas na sociedade. Por isso, precisamos de equivalentes evangélicos de monasticismo, que preservem a fé contracultural, que valorizem o pequeno e busquem uma vida cristã mais séria e abnegada.(...).73



Pois, para a grande maioria dos evangélicos brasileiros, a prosperidade muitas vezes está relacionada com apenas uma dimensão: a econômica. Esta supervaloriza a obtenção de bens com forma de estar debaixo das bençãos do Senhor. Para Freston, uma vida com um pouco mais de simplicidade, um pouco mais de partilha, se apresenta como sendo mais próxima dos ideais cristãos, e que não levam de modo algum as pessoas à pobreza, mais sim, para uma chamada prosperidade que atinja toda a coletividade. E, que seria um enorme bem social. Como também do modo como esta esta economia- simples e avançada ao mesmo tempo- traria prosperidade a todos e estaria alinhada com o bem-estar social, ecológico e espiritual segundo valores do Reino de Deus.



3.2 A arte humana em harmonia com a natureza criada por Deus


Muitas vezes conseguimos transformar uma obra prima de Deus em algo que seria chamada de nossa arte, ou também, arte humana. Quais as implicações das intervenções artísticas da humanidade e qual a relação desta com missão integral neste contexto de sustentabilidade?

Relatos bíblicos em Genesis 1 nos diz: Somos semelhantes ao Deus Criador. E Deus também nos dá oportunidade de criarmos artisticamente, que não é necessariamente criar, mas transformar criativamente o que já fora dado por Deus, pois o mandamento de Deus não é contra a produção da arte em si, Segundo Francis A. Scheaffer: ”Mas contra a adoração a qualquer coisa além de Deus, e, especificamente, contra a adoração à arte. Adorar a arte é um erro; produzi-la não.”.

Essas idéias surgem tanto na Bíblia quanto na defesa do teólogo Scheaffer, de que muitas vezes Deus ordenara que se produzisse obras de arte, tanto na confecção da Arca da Aliança, quanto nas vestes do sacerdote (Levítico 16.32), ou na construção do tabernáculo (Êxodo 36.8-38), do templo, na música, entre outros exemplos bíblicos. O que o povo deveria fazer é nunca tomar estas formas de expressão artísticas como ídolos. Pois só Deus é digno de adoração.

Desta maneira, doutrinas baseadas na Bíblia nos permitem criar artisticamente e até mesmo em nome de sua expressão religiosa, porém, deve-se levar em conta que, até que ponto, uma intervenção humana na natureza pode ser maligna ou benigna. Creio que a melhor maneira seria estar atento a voz do Espírito Santo. Desta maneira René Padilla nos exorta que: “Sem oração não há missão cristã”74. Também nos ensina que ”em síntese a missão cristã começa e termina em Deus”75. Assim a criação artística da humanidade deve ter a direção de Deus, de preferência, baseada nas reflexões que brotam das orações a Deus.

Criar é um termo sem dúvidas abrangente, então, vamos especificar a criação artística no âmbito do meio-ambiente.

Criar artísticamente, pode ser também: a construção de casas, fábricas, ruas, prédios ou quaisquer outras formas de intervenção humana no meio ambiente que não agredisse a harmonia do mundo criado por Deus, especialmente sua fauna e flora. Assim foi escrito por Montaigne: ”Não há razão para que a arte sobrepuje em suas obras a natureza, nossa grande e poderosa 'mãe'. Sobrecarregamos de tal modo a beleza e riqueza de seus produtos com nossas invenções”76.

A nossa arte criativa, especialmente a arte ambiental, deve levar em conta os fatores de proteção aos animais, aos seres humanos, e respeito a criação divina. Ou seja, estar em harmonia com todos esses fatores tornam a arte humana, o progresso, algo bom e que eleva o nível de desenvolvimento humano de uma localidade.

Em algumas metrópoles surgiram uma fora de trato as plantas onde estas são dispostas em terraços de prédios, varanda e telhados, o que faz desta iniciativa uma bela alternativa para fomentar a vivência de pássaros e outros pequenos seres que ajudam a manter o equilibrio do habitat urbano, além de trazer beleza estética ao projetos arquitetônicos urbanos, trazem benefícios de regular a temperatura urbana e estabilizar a umidade relativa do ar trazendo diversos benefícios à saúde.

Também, nesta mesma categoria de soluções urbanas, surgiram- talvez antes, porém, neste contexto midiático de nossa corrente era, ficaram consagrados neste séc. XXI- os jardins e as hortas verticais. Os jardins têm sido usado em projetos para serem usados em paredes internas e externas em casas, apartamentos, restaurantes, museus, oficinas, escolas. Os benefícios são os mesmo supracitados no caso do jardins elevados além da economia com tinta usada como adorno para paredes.77

Em Israel fora desenvolvida, neste séc. XXI, um novo sistema de irrigação em que a água que seria lançada fora é aproveitada de forma a irrigar uma lavoura num lugar outrora desértico e estéril. Este sistema de irrigação por gotejamentos mudou a paisagem da região se transformando num lugar próspero na produção de alimentos e melhoria da economia local. Portanto, podemos perceber que as tecnologias podem ser usadas em benefício sustentável do planeta. O modo correto de se usar esta tecnologias podem ser alcançados por ouvir-se a voz do Espírito de Deus para sermos inspirados em soluções artísticas e criativas que valorizem a vida.



3.3 Um papel de Cuidado

Uma má influência artístico-criativa no meio ambiente pode trazer efeitos sociais curiosos. Enquanto, em contrapartida buscamos uma boa influência artístico-criativa desta. Urge então, um trabalho que começa com o engajamento espiritual, pregação da palavra de acordo com valores cristãos e com conscientização, onde podemos paulatinamente realizar esta reforma social e resgatar estes valores de verdadeiro relacionamento com Deus. Entre as pessoas e a criação divina. Talvez, egundo ideais da teologia de missão integral e da teologia da libertação, já que o termo sustentabilidade também sugere interação entre pessoas e as coisas criadas, e, nesta interação não se pode se haver exploração, sobretudo dos mais necessitados. Nem dos animais, das plantas e do planeta em si. Pelo contrário, deve-se haver um esforço de se incluir socialmente estes para que a sociedade melhorar em sua justiça.

Deste modo, Padilla cita a 'economia do suficiente'

onde é privilegiada o estilo de vida simples e dá descanso porque coloca a relação com Deus, com o próximo e com a criação acima do interesses materiais. É uma economia que nas palavras de E.F. Schumacher, leva em conta que “as pessoas importam”78; é uma economia que insiste nas necessidades básicas de TODOS os membros da sociedade, sem exceção, e exclui a acumulação de posses materiais em mãos de uma minoria privilegiada.79



Uma economia voltada para o bem estar de todos também trará e economia para os mais ricos que serão beneficiados por um melhor lugar para se viver com pouca poluição onde se aumentará a qualidade de vida e consequentemente à saúde de todos. Assim, pode-se dizer que a sociedade, as igrejas as mulheres e os homens públicos, e que buscam o bem estar da sociedade, estão a caminho do chamado cuidado.

O cuidar é uma das maiores atribuições pastorais. O pastor cuida das ovelhas uma a uma, do rebanho como um todo, e o rebanho também participa do cuidado mútuo. Porém, o que se busca é um cuidado integral e planetário que refletirá, sobremaneira e de forma contracultural, em muitos lugares urbanos, metropolitanos e no campo. Cuidado este que nos aproximará de uma forma de comunhão que reflita também a percepção e a sensibilidade nossa para com a revelação de Deus no mundo natural, além da revelação segundo os relatos bíblicos.

Ainda, segundo o teólogo Zabatiero e sua sistemática, vivemos numa comunhão ecológica com Deus, com os irmãos, e com toda a Sua criação, através de seu Espírito Santo.80 Portanto, o cuidado está relacionado intrínsecamente a esta comunhão.

Além do mais, como uma pequena referência aos bebês intrauterinos, que já receberam à vida e estão num ambiente deveras especial do mundo criado. Devem ser muito bem preservados e cuidados, nunca abortados por ação humana. E, ainda, segundo o teólogo Luiz Sayão: “A vantagem teológica é de quem é mais parecido com o nenê: 'Naquela ocasião Jesus disse: Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondestes estas coisas dos sábios e cultos, e as revelastes aos pequeninos. Sim Pai, assim foi de Teu agrado’”.81

Ora, nem nasceram ainda e será que não vão conhecer as maravilhas da criação de Deus ao menos próximo de sua natural originalidade? Percebe-se o quanto crianças sentem pesar quando vêem bichos perdidos e abandonados nas ruas em espaços urbanos? Normalmente as crianças têm um poder acima da média em convencer os pais a adotarem bichinhos abandonados. Estes pequeninos que ainda não nasceram mas já estão inseridos na chamada comunhão ecológica trinitária aberta. Trata-se da forma de relacionamento espiritual vertical com Deus e horizontal com os outros e com os seres.82

Por este motivo; harmonia, felicidade, bem-estar e proteção à criação, e a não exploração destas podem ser fortes indícios de intimidade, comunhão e harmonia com Deus. Esta proteção ao mundo criado estende-se desde a natureza em sua forma geral, quanto, no âmbito dos ser humano: na proteção e luta pela dignidade das crianças, idosos, mulheres e do povo oprimido. Opressão esta que vem de muitas formas. Como por violência física sofrida pelas mulheres. Ou por meio de crianças que são exploradas em trabalhos ilegais. Por idosos explorados e por vezes, abandonados. Por sociedades onde não se respeitam os mínimos direitos humanos. Pela pobreza causada pela ganância dos poderosos, e pela ganância daqueles que não são poderosos, mas igualmente corrompidos pela adoração a Mamon.

Porém, a adoração ao Deus verdadeiro, em Jesus, pode e deve trazer uma nova perspectiva de vida e cuidado, de modo a proclamar o bem-viver. O Bem viver, neste texto, trata da satisfação humana em estar próximo, e, em harmonia, com o mundo criado. Não sendo esta uma ideia evolucionista, que remete o homem aos arquétipos de sua naturalidade, mas, sobretudo, a ideia do propósito original do Deus Criador em posicionar o ser humano em ambiente paradisíaco, adequado para o bem-viver e feliz.

CONCLUSÃO


A reflexão teológica e cristã ao longo das suas eras, especialmente em períodos de crises como: guerras, divisões familiares, violência urbana, carência de alimentos, tem dado respostas muitas vezes, bem à frente de seu tempo à muitos destes problemas.

Através desta pesquisa, percebemos a urgência em assumirmos nossa responsabilidade neste mundo criado. E que, junto a estes ideais de cuidado planetário, bom que estamos ouvindo muitas vozes no ramo da teologia, como também em outros ambientes do saber humano.

Sim, como parte dele, do mundo criado, e ser parte dele não significa que temos igual responsabilidade sobre tudo que acontece com ele, do mesmo modo que os outros seres viventes que nele habitam. Os outros seres não têm a capacidade destrutiva dos seres humanos. O desequilíbrio ambiental e moral que mata cãezinhos nas estradas atropelados e animais marinhos em seu habitat não podem ser controlados por esses animaizinhos que fazem parte do mundo criado, senão pelo ser humano.

Então, consciente de que nós, os humanos, estamos em privilégio pois temos a capacidade mental de encontrar soluções, e estilos de vida, que beneficiem os oprimidos neste mundo criado, que assumamos nossa parte conforme Deus nos deixou responsáveis. Porque Ele tudo criou e disse: “É bom”.

Podemos ser criativos e transformar muitas vidas em nome da ética de Jesus Cristo ainda no mundo, pois o Reino de Deus já está. Pois, além da questão de intervenções sobrenaturais da fé cristã, também somos chamados a agir benéficamente no mundo natural onde devemos ser éticos e pensar se esta nossas atitudes criativas podem afrontar de algum modo a criação de Deus por serem, por exemplo, demais consumistas, egoístas e destrutivas.

Ora, se pelo simples fato de intervirmos excessivamente no meio ambiente trazendo stress e infelicidade para as pessoas que ali vivem, já pode ser uma afronta à criação de Deus. De fato, matar e deixar morrer os cãezinhos atropelados nas vias públicas e os pássaros serem extintos próximos a locais onde se há grandes concentrações de humanos em centros urbanos não está próximo do respeito que deveríamos ter por este sistema planetário no qual estamo todos conectados de algum modo.

De certa forma, o que acontece por mera ação humana, consciente ou inconsciente, é que se aniquilam muitos habitats tornando-os pouco produtivos para que as obras e a arte de Deus possam viver neles. Como podemos nos esquecer que a criação de Deus está, biblicamente, sob nossa responsabilidade? Não podemos esquecer e nem tampouco sermos passivos diante desta situação que pode trazer infelicidade para nossos filhos, netos familiares, amigos, nós mesmos e a Deus.

A exploração excessiva de recursos naturais, as superproduções de lixo e a falta de programas de proteção ao ambiente e aos animais trazem muitas dores ao nosso ecosssistema.

Normalmente, a história contemporânea tem demonstrado que na falta de recursos, sejam eles quais forem, sempre atingem os mais carentes. Quem sente os efeitos de forma mais cruel em contundente são os mais pobres. Sendo assim a falta de cuidado com a natureza também pode ser um instrumento de opressão aos mais necessitados, que irão, ou já estão, sentindo efeitos da má mordomia humana com relação aos recursos, enquanto, por outro lado, surgem atitudes de alguns humanos que minimizam ou revertem este quadro trazendo enormes benefícios à vida dos mais carentes, dos mais ricos, de toda população, pois entenderam que o conceito de mordomia com o mundo criado por Deus trouxe sustentabilidade, aumentando assim a qualidade de vida de todos, incluindo os pobres. Devemos valorizar muito toda criação de Deus, ainda que almejamos morar no céu como meta, anseio de nossa fé.

A idéia da teologia de missão integral também envolve também justiça à todos, em consonância com atitudes que reflitam o cuidado da população, desenvolvida a partir da conscientização dentro das Igrejas, de forma que contribua também para conscientizar todos na sociedade. Sejam os mais carentes, sejam os mais ricos, sejam mulheres, homens de diversos povos e raças, membros do poder público, sejam os Ministério Público brasileiro- como também de outras nações- como forma de fiscalizar abusos. Sejam os líderes mundiais. Todos estão conectados e todos devem fazer parte da solução com uma atitude simples: amar o mundo criado por Deus para que todos os que nele estão, e os que virão após nossa geração, e que merecem além da vida, um lar tão puro, justo e agradável assim como o Pai Celeste nos destes. Ecclesia Reformata et semper reformanda est

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1 A BIBLIA Mensagem. Tradução de Eugene Peterson. São Paulo: Vida, 2011.

2 PETERSON, 2011, p.23.

3 Segundo Padilla: Conceito de Missão no qual este é um meio “designado por Deus para cumprir na história, por meio da Igreja no poder do Espírito, seu propósito de amor e justiça revelado em Jesus Cristo.”

4Para a sociologia, a coesão social é o sentido de pertença a um espaço comum ou o grau de consenso dos integrantes de uma comunidade. Dependendo do grau de interação social no seio do grupo, poderá haver mais ou menos coesão.

5PADILLA, René. O que é Missão Integral? Viçosa: Ultimato, 2009. p.62.

6Neste artigo, refere-se ao extrativismo exagerado, por causa do consumismo mundial, que financia esta prática extrativista que não está preocupada com o fator “sustentabilidade”.

7BETA, Veja.com.IN: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-divulgam-lista-das-100-especies-mais-ameacadas-de-extincao. Acesso em: 13 abr. 2015

8 Cf. FRESTON, Paul. Religião e Política sim, Igreja e Estado, não: Os evangélicos e a participação política. Viçosa: MG: Ultimato.2006. pp.46-48.

9 CULTURA MIX. COM. Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/o-que-sao-ativistas-ambientais > acesso em: 05 ago. 2017.

10 CARTA, Idéias em tempo real. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/brasil-e-lider-em-assassinatos-de-ativistas-ambientais-diz-onu acesso em: 5 ago. 2017.

11 Cf. MURAD, Afonso et all. Ecoteologia: um mosaico. São Paulo: Paulus, 2016. Apud Fonte: <http: //cupuladospovos.org.br>. Acesso em 17/05/2013.

12 MURAD, Afonso et all. Ecoteologia: um mosaico. São Paulo: Paulus, 2016.

13 MURAD, 2016, pp. 32,33.

14 Cf. FRESTON, 2006, p.44.

15 Cf. A BIBLIA. 2011. Metáfora de Jesus que refere-se aos discípulos em serem uma contracultura que traz luz e um lugar de mudança ao mundo corrompido ao ponto de dá-lhe 'um novo sabor” com justiça, amor e nova direção.

16 MOLTMANN, Jurgen & BOFF, Leonardo. Há esperança para humanidade ameaçada? Tradução: Levi Bastos. Petrópolis: Vozes, 2014. p.18.

17 MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF : UNESCO, 2000.

18 MORIN, 2000, pp. 3-35.

19 BACON, Francis. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da Interpretação da Natureza;Nova Atlântida.São Paulo: Nova Cultural.1988, pp.229-230.

20 BACON, 1988, p. 230

21 BACON,1988, p. 230.

22 RUBIO, AFONSO Apud AZEVEDO, Marcos A liberdade cristã em Calvino: Uma resposta ao mundo contemporâneo. Santo André: Academia Cristã, 2009, p.41.

23 AZEVEDO apud SUNG, Jung Mo, 2009, p.41.

24 Cf. AZEVEDO, 2009, p.41.

25 COSTA, Hermistem Maia Pereira. Pietismo: Um desafio à teologia. IN: Fides reformata,4/1, 1999.

26 O paradigma do sujeito diz respeito a nova cosmovisão de forma que as pessoas adquirem um modo de ser mais individual sobretudo no pensar, e na religião também em contraponto a cosmovisão católica medieval que olhava a experiência religiosa cristã de forma coletiva, configurando assim, laços pessoais em todas as relações, até nas relações de mercado e comércio feudal.

27 Cf. ZABATIERO, Julio Paulo Tavares et al. Curso Vida Nova de Teologia Básica: Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2006, p.50

28 Cf. ZABATIERO, 2006, p.50

29 Cf. ZABATIERO, 2006, p.49-55.

30 Cf. ZABATIERO, 2006, p.51.

31 PAPA Francisco, LS 66-70, apud GARCIA, Luiz Gabriel Espindola & LODOÑO, Alejandro: Perspetciva a partir da Biblia. IN: MURAD, 2016, p. 137.

32 Cf. ZABATIERO, 2006, p.51.

33 A BIBLIA, on line, versão NVI. Disponível e: <https://www.bibliaonline.com.br/nvi/busca?p=2&q=reino+de+Deus> acesso em: 29 out. 2017.

34 A BIBLIA, on line, acesso em: 29 out. 2017.

35Cf. ZABATIERO, 2006, p. 44.

36Cf. ZABATIERO, 2006, p. 44.

37Cf. AZEVEDO, 2009, p. 282.

38 MOLTMANN, 2002, apud AZEVEDO, 2009, p. 282.

39 AZEVEDO, 2009, p. 285

40 Cf. AZEVEDO, 2009, p. 285

41 DICIONÁRIO da língua portuguesa Michaellis. São Paulo: Melhoramentos, 2017. Disponível em< http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/>. Acesso em: 02 de Nov. 2017.

42 SUNG apud AZEVEDO 2009, p.41-42.

43 DICIONÁRIO da língua portuguesa Michaellis. São Paulo: Melhoramentos, 2017. Disponível em

< http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/>. Acesso em: 02 de Nov. 2017.

44 DICIONÁRIO, 2017, Acesso em: 02 de Nov. 2017.

45 MOLTMANN, 2015, p.14.

46 MOLTMANN, 2015, p. 14.

47 Cf. ZABATIERO, 2006, p. 53.

48 PADILLA, René. Deus e Mamon: Economia na era da globalização. Rio de Janeiro: Novos diálogos, 2011.

49 PADILLA, 2011, pp. 34-35.

50 Cf. PADILLA, 2011, pp.34-35.

51 PADILLA apud GOUDZWAARD e LANGE, 1995:42, 2011, p. 36.

52 Cf. PADILLA, 2011, p. 36.

53 PINA, Àlvaro & et al. Karl Marx e Friedrich Engels: a ideologia alemã. Lisboa: Editorial Avante, 1846.

54 QUINTANEIRO,Tania & et al. Um toque de Clássicos: Marx, Durkheim&Weber. 2ª ed.revista e ampliada.Belo Horizonte. UFMG.2003.pag. 68 à 81.

55 Cf. PADILLA, 2011, p.36.

57BÍBLIA on line<https://www.bibliaonline.com.br/acf/1jo/1>

58BÍBLIA on line, acesso em: 28 out. 2017.

59 A BIBLIA, on line, acesso em: 29 out. 2017.

60 A BIBLIA on line, acesso em: 29 out. 2017.

61 RIETH. Fé versus 'ganância': uma reflexão sobre o pensamento econômico de Lutero e suas implicações para a Igreja e a teologia. Estudos teológicos,33(2)157-167,1993, apud PADILLA, 2011, p.19.

62 GRAHAM, W. Fred. The constructive revolutionary John Calvin: his socio-economic impact. Atlata: John Knox Press. 1978. apud PADILLA, 2011, p.20.

63 GRAHAM apud PADILLA,2011, p. 20.

64 Cf. PADILLA, 2011, p. 20.

65 Cf. PADILLA, 2011, pp. 21 e 22.

66 Cf. GOUGE, Thomas. Riches increased by giving or The Rich use of Mamon: being the surest and the safest way of thriving. Harrison-burg. Sprinkle Publications, 1992 apud PADILLA, 2011 p. 18.

67 PADILLA, 2011,

68 ZABATIERO, 2006, p. 49.

69 AZEVEDO, Marcos. A liberdade cristã em Calvino: Uma resposta ao Mundo contemporâneo. Santo André: Academia Cristã, 2009, p. 303.

70 Aqui trata-se de um lucro acima daquilo que poderíamos chamar de justo se olharmos pelo viés em que todos na comunidade são beneficiados.

71 AZEVEDO, 2009, p.18.

72 VEJA, São Paulo. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/carros-em-sao-paulo/ > acesso em: 22 out. 2017.

73Cf. FRESTON, 2006, p. 47.

74 PADILLA, 2009. pp. 10-65.

75 PADILLA, 2009. pp. 10-69.

76 MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo: Abril Cultural, 1972. p. 104.

77 JARDIM, Casa. Disponível em: <http://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Paisagismo/noticia/2015/12/jardim-vertical-25-ideias-para-montar-o-seu.html> acesso em: 28 out. 2017.

78 SCHUMACHER,1974, apud PADILLA , 2011, p. 36

79 PADILLA, 2011, p.36.

80 ZABATIERO, 2006, pp. 44 e 45.

81 SAYÃO, Luiz Alberto. Agora sim: teologia prática do começo ao fim. São Paulo: Hagnos, 2012.

82 ZABATIERO, 2006, pp. 44.

Fruto do Espírito

  ²² Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, ²³ mansidão e domínio próprio. Contra essas ...